terça-feira, 24 de abril de 2012


"Desculpem o trocadilho infame, mas a vida é feita de altos e baixos. Altos, fortes, morenos, sensuais, possíveis e aquele baixinho, meio esquisito, que não sai da sua cabeça. Impressionante como a gente sofre por nada. Um cheiro que mexe com você, um jeito de olhar contido, uma idéia inteligente, várias na verdade. Não, não é nada disso, a gente sofre é pela impossibilidade. Desde que o mundo é mundo não há nada mais afrodisíaco do que a proibição. E se a Julieta tivesse visto o Romeu acordar com mau hálito? E se o Romeu descobrisse o chulé da Julieta? Convivência é foda. Pois é, aquele baixinho esquisito não pertence ao grupo dos amores possíveis, a graça dele pode durar uma eternidade, dependendo do seu grau de estupidez criativa. Ele não quer nada com você, já tem alguém, pertence a um caminho que passa longe do seu, sabe cumé? Pertence ao campo dos idealizados, sonhados e distantes, o que faz dele enorme, lá no pedestal. E nada melhor do que as lacunas da improbabilidade para esquentar uma paixão. Nessas lacunas você tem espaço para criar a história como quiser, ganha poder, inventa. Ele é seu, seu personagem. Nesses espaços livres você coloca todos os seus sonhos, toda a sua imaginação. Cenas completas com fundo musical e palavras certas, finais e desfechos inesperados. Quando você menos espera, ele faz mais parte da sua vida do que você mesma. Mas a realidade aparece mais cedo mais tarde, vem como uma angústia. Parece vontade de fazer xixi, mas é tesão reprimido. Tesão reprimido deve dar câncer. Era só um cara interessante, agora pode te matar. Pronto, você está apaixonada. E a paixão tem suas etapas. Primeiro a negação: eu apaixonada? Imagina. Ele é impossível, nunca vai me dar bola, muito menos duas com o que eu quero no meio. Depois a maximização: ele é mais inteligente, mais bonito, mais engraçado. E todos os mais possíveis para que ele seja mais desafio para você, mais inveja para as suas amigas, se você aparecer com ele na festa, mais fadinhas dançantes para fazer cosquinha no seu ego problemático. Daí é a vez da "superlativização": em vez de ser mais, ele é "o mais", o mais fodido, o mais inteligente e o mais gostoso. E você está a um passo do endeusamento: "ele é único", aí fodeu. Se ele é único, ele é a sua única chance de ser feliz. E, se ele não quer nada com você, você acaba de perder a sua única chance de ser feliz. Bem-vinda à depressão."

“Quando criança, eu tinha um ursinho de pelúcia que levava pra todo lado. A gente ia junto pra igreja, pra casa da minha vó, pro banho. Lembro do dia em que o perdi. Chorei demais, procurei em todo canto, e nada. Meu pai chegou pra mim e disse: vê se te ajeita nessas pernas sem pelos, e aprende que meninos não choram.
Já deve fazer uns três anos que ela foi. Eu ainda não chorei.”
Um bêbado que conheci numa rodoviária, há três anos

domingo, 22 de abril de 2012

Pequeno Príncipe


Faz um bom tempo que você se foi, descumpriu a merda da tua promessa e mais uma vez se foi. De todos nossos reencontros, esse foi o que eu mais botei fé. O que eu mais acreditei na tua "mudança". Se já porque, a gente nunca passa de duas semanas. Nunca coloco expectativa nas coisas, mas depois de tantas frases ditas, promessas feitas e acontecimentos, eu achei realmente, que eu poderia colocar expectativas em você. Hoje, o que sobrou de mim, odeia as citações que mais adora de um livro chamado O Pequeno Príncipe, porque tua maldita imagem se forma na minha cabeça a cada frase lida desse livro. Hoje o pouco que restou de mim te leva em girias, pra poder ter a certeza de que um dia eu realmente te tive. Mesmo que tenha sido por pouco tempo, mas o bastante pra que eu possa ter pego teus hábitos e girias. Hoje eu odeio passar pelas ruas e ler os nomes dela, e lembrar de você, bêbado dizendo "Espera, aqui eu sei que é Tal e lá e Bla, mas e depois?". Eu odeio passar pela rua que você bateu o carro. Odeio passar pela delegacia que fomos parar e lá você disse "Fui buscar minha namorada e..." se referindo a mim. Mas o que eu posso te culpar né? Nunca fomos diferentes. Um dia eu li que pra nós nos entregarmos a alguém precisamos ser de nós mesmos... Mas você nunca vai se pertencer mais. E eu, pelo menos não agora, vou me pertencer. Portando nunca seremos um do outro. Apesar dos abraços e dos carinhos trocados (que me faze falta), nunca seremos "nós". Idiota fui eu que só porque escutei umas coisas e tomei umas atitudes tuas achei que dessa vez, alguma coisa iria acontecer. Não tenho raiva de você, eu sinto saudade e é tanta que mal sobra pra ter outro sentimento. Mas eu espero que você engula ela de uma vez por todas, que seja a pessoa mais feliz do mundo, e que vocês deem certo. Porque eu não te suportaria chegando mais uma vez. E como em todas as outras, indo. Caminhos tortos que sempre se encontram em momentos de carência, e que se separam quando ela se vai. São os nossos. Eu sabia, eu tinha na mente que tudo era passageiro. Então porque os dias tem se arrastados desde que se foi? Desde que sua presença não se é mais feita em meus dias? Você é um merda. Pra não dizer coisas piores. Porque hoje minha vida, ao voltar do curso é me lembrar das duas semanas nas quais eu mais tive vida no pulmão. A vida que eu não tinha a meses. E do mesmo modo que você a trouxe pra mim, você a levou. Doi entende? Essa sensação de solidão agora, quando eu estava indo tão bem sozinha. Eu disse que tinha medo de apostar todas as fichas quando eu tinha acabado de voltar a mesa, e acabar perdendo mais uma vez. Adivinhe só? Eu apostei, e perdi. Mais uma vez. Só mudou o adversário. Mas o que importa é que eu perdi. Eu não vou girar em torno disso por muito tempo. Eu ando até evitando falar sobre você sabia? E quando falo, falo com a maior naturalidade, que até parece que eu não to sofrendo um bocado por você. Se é que eu to sofrendo. Se é que tudo isso não é orgulho ferido e dor da partida. Aquela que passa, que é passageira. Quer saber... Nem eu sei direito o que tá acontecendo aqui dentro. Quando penso em você é turbilhão de pensamentos e sentimentos. Não só em você mas na vida por sí. Que na qual, metade de tudo o que eu faço tem alguma coisa sua. E o pior de tudo isso, é que pra você, eu não sou ninguém. Apenas uma lembrança vaga, de duas semanas na qual você encontrava no metro, no bar e iludia. Maldita duas semanas. Maldita festa na qual eu te conheci e por cagada minha fiquei com uma parte tua. Eu deveria te deseja um mal tão grande, mas eu não consigo. Eu espero que você seja feliz com ela, e no fundo eu to torcendo pra isso mesmo. Porque eu não quero ter você na minha vida de novo. Te desejo a felicidade. E me desejo a felicidade, porque a final, quem mais pode cuidar de mim se não eu mesma? Quem mais poderia se levantar por mim se não eu mesma? Você que não.

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" Pequeno Príncipe

domingo, 8 de abril de 2012

Me irrita, me machuca.

Felicidade de mais me irrita, meiguice demais me irrita, mentira me irrita, falsidade me irrita, trocar pessoas por outras me irrita, meu orgulho me irrita, meu jeito me irrita, o jeito das pessoas me irrita, o mundo praticamente todo me irrita. Mas a falta da felicidade me machuca, a falta da meiguice que causa a falta de fofura consequentemente um carinho me machuca, mentira me machuca, falsidade me machuca, esse trocar de pessoas me machuca, meu orgulho me machuca, meu jeito as vezes além de me machucar machuca os outros, o jeito das pessoas as vezes me machuca, o mundo inteiro praticamente ao me irritar me machuca. Porque raramente meus "machucados" são doloridos de me fazer chorar, na maioria das vezes, os transformo em... Raiva? Se é que podemos dizer assim. Me irritar é a mesma coisa que me machucar, e me machucar é a mesma coisa que me irritar. O porque disso tudo, justo agora, o que não faz sentido algum comparado a texto de 2 semanas atrás, é essa falta de pessoas ao meu redor. Quem foi não sabe o buraco que deixou. E quem ainda está mas está indo, não sabe como machuca cavar o buraco da partida. Machucados a mais entrando. Raiva a mais chegando. Eu queria só entender, o porque tudo isso, de uma vez só. Quanto mais vivo o meu e esqueço das pessoas que me puxam pra trás, mais merda acontece. De novo você faze ruim? Porque volta tão constantemente, porque não vai de uma vez e me deixa ver melhor as coisas? É complicado se sentir totalmente sozinha, e o pior de tudo, estar se acostumando com tamanha solidão. Doí, machuca, traz raiva. Tudo o que eu mais queria era pegar uma mochila e sair, ir e voltar daqui anos! Preciso de descanso do mundo, assim como precisam de mim. Que seja apenas uma onda ruim (de novo) e que seja breve. Que o vento traga coisas boas.