quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Começo, meio, incerteza.

Eu sempre me mantive de escanteio. Ou melhor, mantive os meus sentimentos de escanteio. Me esquivei muitas vezes, me poupei de sentimentos desnecessários, e de ambos não me arrependo. Mas quando eu menos esperava, você apareceu. Da maneira mas estranha e engraçada, porém assustadora eu diria, foi você que me apareceu. Com aquele sorriso no canto do lábio, e as mãos sempre nos bolsos, com aquele olhar de piedade... Eu sempre achei engraçado o jeito que você olhava. Foi muito bom os dias juntos, e eu até ria de mim mesma quando eu cogitava que seria amor aquilo que eu sentia, porque no começo foi um verdadeiro choque pra mim aquilo tudo. Com o passar do tempo, fui me acostumando com a tua presença, e até achava engraçado quando nos víamos e nunca tínhamos lugares para ir, sempre gostamos de bancos de metrô, principalmente dos obesos! O tempo foi passando, e eu fui percebendo que não ia ser mais uma besteirinha, uma paixão como daquelas que você vive e depois se pergunta " eu gostava dele até ". Não. Não foi assim. Quando eu me dei conta, eu não conseguia te olhar com os mesmos olhos, eu até tentava, mas não dava. Eu olhava pra você, e sabia que você era MEU. Com todas as letras, e todo esse poder, M-E-U. Todas as músicas que você me mandava, eu sempre guardava em uma pasta separada das outras... O mais engraçado, era quando descíamos da estação do metrô, e percorríamos o mesmo caminho de todos os dias, e nos perguntávamos : Para onde vamos? Nós já sabíamos o lugar, não era necessário a comunicação. Eu comecei à me sentir diferente, e fui deixando de lado meus amigos, meus "rolos" e até a minha vontade de sair com pessoas diferentes. Isso nunca havia acontecido comigo. Eu comecei à te escutar mais, à viver do seu modo, comecei até à imitar o seu jeito, do meu jeito. A minha cabeça automaticamente já pensava como duas: Não era só eu, não eram minhas vontades, eu automaticamente pensava em "nós". Eu parei a minha vida, e comecei à viver a nossa. Foi a rotina mais deliciosa e alucinante que vivi em 17 anos da minha existência. Eu amava te ver e não saber para onde ir, e adorava o jeito que ficávamos quando nos olhávamos... Percebi com o tempo, o quanto era bom acordar do teu lado, e sentir seu cheiro. Eu sempre me julguei um pouco problemática, quando você virava as costas, eu ficava cheirando sua blusa de frio, pra que eu nunca mais esquecesse do seu perfume, e assim poderia te manter dentro da minha memória quando você fosse embora. Quando eu digo "ir embora", eu me coloco no ponto da sua casa. Ir embora, mas voltar, brevemente, no outro final de semana, quem sabe. Eu também gostava quando você sentava pra fora da janela pra fumar, eu ficava te observando do lado de dentro da janela, e ficava imaginando o quanto eu queria gostar de fumar, só pra poder te acompanhar nisso também... Soa ridículo pra quem nunca amou.
Eu sempre achei engraçado o seu jeito de andar, meio desengonçado, você sempre foi muito fuleiro... Com suas camisetas extra GG, um exagero em pessoa! Você tinha uma forma de me beijar, que por mim, todas as vezes que nos tocássemos, eu gostaria de sentir aquela sensação. A verdade é que, eu acho que eu era louca por você. Como pode em tão pouco tempo, ter tanta certeza que você quer passar o resto dos seus dias ao lado daquela pessoa? Quantas vezes me imaginei em qualquer lugar do mundo ao seu lado, porque eu faria isso por você. Eu deixaria toda a minha vida de lado, as regalias que me propõe, e até as minhas manhas... Eu trocaria qualquer coisa pra poder acordar todos os malditos dias da minha maldita vida, pra te ver acordando de manhão meu lado. Eu trocaria dias de sol, por dias de tempestades ao seu lado. Eu faria de tudo por você, até o ponto de que você me provasse o contrário, de que não vale à pena.
Desacreditei quando você me deu aquela notícia, de partida. Eu realmente achava que aquilo não iria acontecer, mas com o tempo, você foi dando indícios de uma pessoa que iria embora. Eu rezava todas as noites, e pedia com a maior fé que mantenho em meu peito, de que você não iria embora, eu pedi tanto pra Deus... Mas as pessoas são diferentes. E eu não te culpo por isso. Não te culpo por sua decisão de dar um jeito na vida, porque isso sempre te incomodou. Eu só te culpo pela falta que me faz. Eu só te culpo, pelo fato de ser louca por você, e preferir a maior dor (se é que existe), do que a da tua ausência. Eu queria ser clara, de alguma forma, e te dizer que vou continuar intacta para você, quando voltar. Não que eu duvide do seu amor, eu não duvido, nunca. Eu duvido do tempo, duvido da saudade traiçoeira, duvido do vento que bate lá fora, e espero que ambos me provem o contrário. A única certeza que levo daqui pra frente, é que você é a razão de toda essa felicidade. Mesmo distante, você é a razão das minhas memórias, você é a razão do descobrimento do meu amor. Você foi tudo que eu não esperava. Você foi mais do que eu desejei. Você foi minha vida por alguns meses. Você é a minha vida.

Texto retirado: http://quandochegaoanoitecer.blogspot.com/ Escrito por: Camilla Gonçalves

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